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Revisando conceitos fundamentais da área médica

Publicado em: 24 de outubro de 2021

Para quem recém está começando a se familiarizar com a área médica, há certos conceitos que precisam ser plenamente compreendidos. E foi com essa proposta que o Grupo Folha lançou o livro “Medicina: 50 conceitos e teorias fundamentais explicados de forma clara e rápida”, com edição de Gabrielle M. Finn e ilustrações de Steve Rawlings.

Os meus alunos sabem o quanto reforço o domínio não só do vocabulário médico, mas também de muitos conceitos. Esse repertório faz toda a diferença na profissão. Vamos navegar juntos mais uma vez no fascinante mundo da medicina?

FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DE SAÚDE

Bons sistemas de saúde fornecem serviços de saúde de alta qualidade aos pacientes sempre e onde for necessário. Requerem um mecanismo de financiamento estável, profissionais treinados e remunerados adequadamente, instalações bem mantidas e a capacidade de fornecer cuidados médicos, remédios e tecnologias.

Muitas figuras históricas são importantes nessa área, mas podemos citar duas delas. Otto Von Bismarck (1815-1898), primeiro-ministro e político alemão que implementou o primeiro serviço previdenciário público nos anos 1880 e criou, em 1883, o seguro-saúde (Lei do Seguro Doença); e William Beveridge (1879-1963), economista social inglês que publicou, em 1952, o Relatório Beveridge sugerindo o combate a doenças, miséria, ócio e ignorância (o Serviço Nacional de saúde foi criado em 1948 com base em suas observações).

Antigamente, o acesso à assistência médica era baseado em recursos financeiros. A Alemanha, por exemplo, iniciou seu primeiro serviço público no fim dos anos 1800. Já no Reino Unido, o Serviço Nacional de Saúde começou somente em 1948, com atendimento grátis para todos. Hoje, em países como Cuba e China, todos os cuidados com a saúde cabem ao estado, enquanto outros como Brasil, Reino Unido e Israel oferecem sistemas públicos abrangentes, mas também contam com uma expressiva parcela de sistemas privados.

Mesmo com avanços na área médica e com a constituição de 1958 da Organização Mundial da Saúde declarando que a saúde é um direito humano fundamental a todos, hoje mais de 400 milhões de pessoas no mundo não são contempladas pelos serviços essenciais de saúde.

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TRANSPLANTES

Essencialmente, a doação é direcionada a pacientes doentes ou com órgãos lesionados, curando ou melhorando significativamente o estado de saúde do receptor. Os transplantes podem acontecer com doadores vivos, falecidos ou com morte cerebral, desde que os órgãos sejam coletados em um curto espaço de tempo.

A doação de órgãos e tecidos depende obrigatoriamente de combinações genéticas entre doadores e receptores. Sem compatibilidade de tipo sanguíneo, o tecido será rejeitado pelo corpo receptor. Às vezes, a necessidade dessa compatibilidade pode gerar longas listas de espera, nem sempre atendidas.

CIRURGIAS E ANESTESIAS

Cirurgias são realizadas há séculos e eram bem evoluídas em algumas civilizações antigas, como a indiana e a chinesa. Na Europa, cirurgiões começaram a se formar em universidades nos anos 1700. O conhecimento de anatomia permitia realizar alguns procedimentos rapidamente (amputações ocorriam em minutos).

Hoje, os procedimentos cirúrgicos são feitos por equipes de cirurgiões, residentes, anestesistas e enfermeiros. Variam de extensão, dependendo da natureza e da dificuldade. Os pacientes precisam estar anestesiados, e as condições de assepsia, asseguradas.

Cirurgiões realizam procedimentos eletivos (com data marcada) em situações não ameaçadoras à vida dos pacientes. Já os procedimentos de urgência ocorrem imediatamente para salvar a vida ou um membro. A cirurgia semieletiva, apesar de necessária para evitar eventuais danos permanentes, podem ser adiadas.

Agentes anestésicos são usados para entorpecer a sensibilidade ou induzir o sono durante certos exames ou procedimentos cirúrgicos. Essas medicações reduzem a dor e o desconforto de um paciente. Sem anestesias, sejam elas locais ou gerais, as cirurgias atuais seriam impossíveis.